domingo, 30 de dezembro de 2007

Ano Novo









"O Ano Novo ainda não tem pecado:
É tão criança...
Vamos embalá-lo...
Vamos todos cantar juntos em seu berço de mãos dadas,
A canção da eterna esperança."
(Mário Quintana)


FELIZ tudo novo,aos meus Amigos , e aos visitantes também!!
Que Deus, a Alegria e a Vida ilumine os nosos caminhos sempre!
Um lindo 2008!
Abraços Multiplicados

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Espelhos.......










Precisava de falar-te ao ouvido
De manter sobre a rodilha do silêncio
A escrita.
Precisava dos teus joelhos. Da tua porta aberta.
Da indigência. E da fadiga.
Da tua sombra sobre a minha sombra
E da tua casa.
E do chão.



Daniel Faria
(Inédito)

é assim..
devagar q vamos tocando quem nos permitimos e nos deixando tocar por quem nos permitimos!!

Aos amigos














"Amo devagar os amigos que são tristes com cinco dedos de cada lado.
Os amigos que enlouquecem e estão sentados, fechando os olhos,
com os livros atrás a arder para toda a eternidade.
Não os chamo, e eles voltam-se profundamente
dentro do fogo.
-Temos um talento doloroso e obscuro.
Construímos um lugar de silêncio.
De paixão."


"Aos amigos" Herberto Helder

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Benazir Bhutto..e agora Paquistão?











[Última actualização às 14:19]

A líder da oposição paquistanesa Benazir Bhutto morreu esta quinta-feira, na sequência de um atentado à bomba e ter sido atingida a tiro, na cidade de Rawalpindi, onde participava num comício eleitoral.

O Ministério do Interior Paquistanês já confirmou a morte, que segundo um porta-voz aconteceu devido à explosão. «Segundo as nossas informações, ela morreu, um fragmento da bomba aparentemente atingiu-a», declarou Javed Cheema, citado pela agência Lusa.

Porém, o conselheiro de segurança da líder do Partido Popular do Paquistão (PPP), Reham Malik, disse aos media locais que Bhutto foi atingida a tiro no peito, pouco antes da explosão. «Ela foi martirizada» afirmou Malik.

Inicialmente, um porta-voz do seu partido havia garantido que Bhutto tinha saído ilesa do ataque, embora a cadeia televisiva Sky News tivesse já avançado que a líder estaria gravemente ferida e a ser operada num hospital local.

Terá sido já no hospital que a líder partidária paquistanesa faleceu.

O ataque aconteceu pouco depois de Bhutto ter discursado num comício, perante milhares de apoiantes, com vista às eleições legislativas de 8 de Janeiro, a que era candidata.

Segundo a polícia no local, citada pela Reuters, pelo menos 15 outras pessoas morreram também. A cadeia televisiva CNN faz subir este número para 20 vítimas. Os meios de comunicação local referem que este número pode subir ainda.

Um porta-voz do Ministério do Interior afirmou que as informações iniciais sugerem que este tenha sido um atentado cometido por um suicida.

Quatro mortos num comício de Nawaz Sharif

Quatro pessoas foram mortas e outras três feridas num tiroteio entre apoiantes do governo e participantes num comício do ex-primeiro-ministro e dirigente da oposição paquistanesa Nawaz Sharif, perto da capital, Islamabad.

Testemunhas indicaram que os tiros contra os participantes no comício foram aparentemente disparados de um edifício onde está instalado o partido pró-governamental, mas a polícia não confirmou esta informação.

Segundo a polícia, Sharif estava a cerca de dois quilómetros do local quando se registaram os confrontos.

Nawaz Sharif, que governou o país entre 1990-93 e entre 1997-99, regressou ao Paquistão a 25 de Novembro, após seis anos de exílio, para participar nas eleições legislativas e provinciais marcadas para 08 de Janeiro


http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=896963&div_id=291

Entre o que fiz e o que não fiz










Tenho um porta-jóias de remorsos.

Eu me arrependo de roubar rosas da casa da minha professora. Eu me arrependo de não permitir meu irmão caçula entrar em campo para me substituir. Eu me arrependo de estragar a festa de quinze anos de Aline com minha bebedeira. Eu me arrependo de troçar de amigos para me dar bem com a turma. Eu me arrependo de não dançar com medo do vexame. Eu me arrependo de mentir para me valorizar. Eu me arrependo de não ser paciente com o tempo dos outros. Eu me arrependo de maldade com o cachorro que se aproximava de casa. Eu me arrependo de arrogância da última palavra. Eu me arrependo da cola que neguei ao Thiago. Eu me arrependo de faltar voz nos pesadelos e não contar os sonhos. Eu me arrependo do mau-humor em algumas viagens. Eu me arrependo de terminar relacionamentos com o esquecimento. Eu me arrependo de furtar lâmpadas e quebrar vidraças na vizinhança. Eu me arrependo de não ajudar colegas que foram demitidos. Eu me arrependo de provocar briga para transferir minha raiva. Eu me arrependo de não ir ao enterro de meus avôs. Eu me arrependo de não ter sido honesto em minha primeira transa. Eu me arrependo da porcelana chinesa que quebrei. Eu me arrependo de não juntar os cacos debaixo da geladeira. Eu me arrependo do sofrimento que foi fácil. Eu me arrependo de decidir minha morte para chamar atenção. Eu me arrependo de não trancar a porta, o diário, a boca. Eu me arrependo de me masturbar pensando nas freiras. Eu me arrependo de não ter sido fiel ao abacateiro e abandoná-lo ao corte. Eu me arrependo de não lutar contra o ódio da ex-mulher. Eu me arrependo de dizer o que penso quando deveria dizer o que sinto. Eu me arrependo de piorar minha letra para não ser compreendido. Eu me arrependo de inventar febre para escapar das provas. Eu me arrependo de esperar meu pai fazer as pazes. Eu me arrependo de não compreender a carência de minha mãe. Eu me arrependo das fofocas que espallhei em nome de um segredo. Eu me arrependo de ter magoado minha mulher pela soberba. Eu me arrependo de procurar razões aos meus desejos. Eu me arrependo das promessas aos filhos de chegar cedo.

Mas o que me arrebenta é o que deixei de fazer.
O remorso do que aconteceu é sempre menor do remorso do que não fiz.

Fabrício Carpinejar

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Cosas y alma











... te amo como se aman ciertas cosas
oscuras, secretamente, entre la sombra
y el alma... así te amo porque no sé amar
de otra manera...

Pablo Neruda

A Educação












"A educação é o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabi-
lidade por ele e,com tal gesto, salvá-lo da ruína que seria inevitável não fosse a renovação e a vinda dos novos e dos jovens. A Educação é, também, onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de nosso mundo e abandoná-las a seus próprios recursos, e tampouco arrancar de suas mãos a oportunidade de empreender alguma coisa nova e imprevista para nós, preparando-as, em vez disso, com antecedência, para a tarefa de renovar um mundo comum."

Hanna Arendt

Asas...









Apetece-me explicar, agora, as asas dos anjos.

Jorge de Sena

Palavras e Mãos










"As palavras, quando usadas, servem-nos de mãos, mãos de mil dedos invisíveis, que enredam as coisas e de algum modo as manejam. Quando são elas, vivas, a usar-nos, não há fora delas, quaisquer coisas situadas ou a situar: a fala e o mundo consubstanciam-se em um mundo só, e parece que renascemos."



Óscar Lopes, professor universitário e historiador

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Maria Bethania " O doce mistério da Vida"





um Natal de alegria...dance, cante e sussurre palavras de amor !!!!!!

NASCEU JESUS!!!













Nasceu Jesus!!!

Para nos ensinar a ter fé

Para nos mostrar o perdão

Nasceu Jesus!!!

Para nos ensinar a viver

Para nos mostrar sua luz

Nasceu Jesus!!!

Para nos ensinar a crer

Para nos mostrar que só o amor reluz

Nasceu Jesus!!!

E viveu até por nós morrer...

(Renata Christina)



Um Santo e Feliz Natal
com Ternura e Transparencia no Coraçao!!!!
Abraços

domingo, 28 de outubro de 2007

Meu querido Amigo













Meu querido amigo,



Espero que te encontres bem no topo da tua altura de gigante das histórias do meu tempo de ser menino.
Tu foste o gigante e o anão dos meus sonhos enfeitados de mar e de chuva miudinha. Embarquei contigo nas naus que iam para toda a parte sem chegarem a parte nenhuma, e fui, como tu, marinheiro, soldado, aventureiro, conselheiro de reis e motivo de espanto para homens do tamanho de um polegar. Mas tudo a sonhar. Sempre e só a sonhar. Ai Gulliver, se tu soubesses como me fizeste perder o sentido da distância e a verdadeira medida das coisas. O que um dia era gigante, no outro tinha a pequenez de uma ervilha ou de uma pérola de orvalho.
Espero que te encontres bem e que, quando te apetecer sair do livro do Senhor Swift, me escrevas ou me telefones para eu ir contigo ao cais mais longínquo da bruma e da tempestade.
Tu deves saber onde eu moro, porque personagens como tu nunca se esquecem de quem as leu, amou e admirou.

Eu cresci contigo enquanto tu crescias e minguei a teu lado quando tu te tornavas anão. Contigo percebi que o nosso tamanho, na realidade, depende sempre dos olhos de quem nos vê.

Não te esqueças de dar notícias, porque eu continuo a ter um barco pronto para as grandes viagens que tu deixaste por fazer. É só fazer a mala e partir. A mala não: um saco de lona com a roupa leve que se deve vestir te esqueças de dar notícias. Ainda me hás-de ensinar de que forma é que os homens, as ilhas e os países mudam de tamanho no grande mar dos livros, no oceano dos sonhos mais antigos.


In José Jorge Letria, Cartas aos heróis

Porto: Ambar, 1998

Niños de la calle




"Estou aqui sentado
ha tempos sem fim
a esperar por ti...
ou a esperar por mim?"

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Corpse Bride Piano Duet






"O Amor começa nas coisas mais pequenas
pode começar no dia
em que, pela primeira vez,
fazemos confidencias a alguên...
ou ....quando a gente ajuda a quem precisa de nós(...)
O Amor vem devagar e no entanto , é de repente
que a gente o sente chegar.
Ja nao estamos mais sozinhos
O Amor é um sentimento feliz
que fica no coraçao
por toda a vida"

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

RETRATO DE ANNA






TU já viste um passarinho nascer?

É como Anna a acordar.



Tu já viste um passarinho voar?

É como Anna a crescer.



Tu já viste um passarinho beber?

É como Anna a mamar.



Tu já ouviste um passarinho piar?

É como Anna a chorar.



Tu já viste um passarinho saltar?

É como Anna a mexer.



Tu já viste um passarinho cantar?

É como Anna a viver.



Tu já viste o mais belo passarinho?

É como Anna!



Ester Luísa Dias*



*Poema publicado na antologia Viola Delta, Volume XXII,

Edições Mic, Lisboa, 1996, pág.19.



O Retrato da Anna que poderia ser o retrato da minha Ines...
mas tb o retrato dos filhos nossos ou dos de coraçao!!!!

Abraços!!!!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Anne Franck





Realmente, é de admirar que eu não tenha desistido de todos os meus ideais, tão absurdos e impossíveis eles são de se realizar. Conservo-os, no entanto, porque apesar de tudo ainda acredito que as pessoas, no fundo, são realmente boas. Simplesmente não posso construir as minhas esperanças sobre alicerces formados de confusão, miséria e morte. Vejo o mundo transformar-se gradualmente numa selva. Sinto que estamos cada vez mais próximos da destruição. Sofro com o sofrimento de milhões e, no entanto, se levanto os olhos aos céus, sei que tudo acabará bem, toda essa crueldade desaparecerá, voltarão a paz e a tranquilidade.

Enquanto isso, é necessário que mantenha firme os meus ideais, pois talvez chegue o dia em que os possa realizar.

in "Diário de Anne Frank", Carta a Kitty, 15 de julho de 1944


A árvore de Anne

http://www.annefranktree.nl/Content.aspx?FileName=AnneAndTheTree

Recordando Adriano "Trova do vento que passa"

terça-feira, 16 de outubro de 2007

“Em memória de Adriano”










“Em memória de Adriano”

“Nas tuas mãos tomaste uma guitarra
copo de vinho de alegria sã
sangria de suor e de cigarra
que à noite canta a festa da manhã.

Foste sempre o cantor que não se agarra
O que à terra chamou amante e irmã
Mas também português que investe e marra
Voz de alaúde e rosto de maçã.

O teu coração de oiro veio do Douro
Num barco de vindimas de cantigas
Tão generosas como a liberdade

Resta de ti a ilha dum tesouro
A jóia com as pedras mais antigas
Não é saudade, não! É amizade...”

(poema de José Carlos Ary dos Santos)


Nos 25 anos de saudade..

http://pwp.netcabo.pt/fbrutodacosta/homenagem.html

O DIA EM QUE FINALMENTE CHOREI









Eu não chorei quando soube que era mãe de uma criança mentalmente limitada. Apenas me sentei e não disse qualquer coisa quando meu marido e eu fomos informados que Kristi era - como suspeitávamos - deficiente mental.
- Vá em frente e chore. - O médico aconselhou amavelmente - Ajuda a prevenir sérias dificuldades emocionais.

Apesar das sérias dificuldades, eu não chorei nem durante os meses que se seguiram.

Quando Kristi estava com idade para ir à escola, sete anos, nós a matriculamos no jardim de infância da escola de nossa vizinhança. Eu poderia ter chorado no dia em que a deixei naquela sala cheia de seguras, ansiosas e espertas crianças de cinco anos. Kristi passava horas e horas brincando sozinha, mas naquele momento, quando era a criança "diferente" entre outras vinte, estava provavelmente mais solitária do que nunca.

Entretanto, coisas positivas começaram a acontecer para Kristi em sua escola, e para seus coleguinhas, também. Quando se gabavam de suas próprias realizações, os coleguinhas de Kristi sempre tinham prazer de elogia-la também:
- Kristi conseguiu soletrar direito todas as suas palavras hoje.

No segundo ano de Kristi na escola, enfrentou uma experiência traumática. Uma apresentação pública, finalizando o ano, que tinha uma apresentação musical e uma competição de atividades físicas. Kristi estava muito atrás em ambos, música e coordenação motora.

No dia da apresentação, Kristi fingiu estar doente. Desesperadamente eu quis mantê-la em casa. Por que deixar Kristi falhar em um ginásio cheio de pais, de estudantes e professores? Que simples solução seria apenas deixar minha criança em casa. Certamente faltar a uma apresentação não podia importar. Mas minha consciência não me deixava sair desta situação assim tão facilmente. Então, eu praticamente enfiei uma pálida e relutante Kristi dentro do ônibus escolar e eu mesma é que passei a estar doente. Mas como eu havia forçado minha filha a ir à escola, agora eu me forçava a ir à tal apresentação.

Parecia que nunca chegava a hora do grupo de Kristi se apresentar. Quando finalmente vieram, eu descobri porque Kristi estava preocupada. Sua turma foi dividida em equipes. Com suas reações débeis, lentas e desajeitadas, certamente atrasaria a sua equipe.

O desempenho foi surpreendentemente bom, até que chegou a hora da corrida de sacos. Agora cada criança tinha que entrar em um saco, ir pulando dentro do saco até uma linha, voltar e sair do saco.

Eu observei Kristi parada atrás de sua equipe, olhando nervosa. Mas quando chegou a vez de Kristi, o menino mais alto da turma foi para trás de Kristi e colocou suas mãos em sua cintura. Outros dois meninos se abaixaram ao seu lado. Então, o menino mais alto levantou Kristi e os outros dois ajeitaram o saco. Uma menina segurou a mão de Kristi e a apoiou até que Kristi ganhasse equilíbrio. E então, ela foi pulando, sorrindo e orgulhosa.

Diante da torcida, do apoio e do entusiasmo dos professores, dos estudantes e dos pais, eu agradeci à Deus por aquelas pessoas amáveis e compreensivas que tornaram possível que minha inabilitada filha fosse um ser humano como seus companheiros.

Então, finalmente eu chorei.



Tradução de SergioBarros
do texto de Meg Hill

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

The Elephant Man - Train Station Scene

The Elephant Man Movie Trailer




Tem filmes que nos encantam simplesmente por nos fazer entrar na história, nos colocar na pele da personagem, e assim vivenciar aquela história como se estivesse acontecendo conosco! Tem diretores que estão sempre produzindo filmes incríveis.O homem elefante (Elephant Man) é um desses filmes, que nos intriga e nos deixa encantado. O filme é de 1980, dirigido pelo grande cineasta David Lynch. Quem quiser mais informações vale a pena conferir no blogue do Miguel Galrinho .

Vale a pena alugar e assistir!
Flávia Frossard

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

vamos falar da ternura.









é uma doçura do olhar. lembrar algo ou alguém com ternura faz-vos sorrir, sempre. e nessa doçura vocês ficam mais leves. e nós ficamos mais próximos. a ternura purifica-vos. e é tão simples. sempre que olhas a vida com ternura o teu coração descansa. a doçura purifica-vos.

deixa o teu olhar sorrir, sempre. pensa em ti com ternura. a tua luz cresce sempre que és doce para ti.

Ana Eugénia

Alegría - CIRQUE DU SOLEIL


Alegría - CIRQUE DU SOLEIL

Alegria.
pelo novo dia
beijos!!!

terça-feira, 25 de setembro de 2007

A SER CRIANÇA










Ficar-me aqui
para sempre a ser criança,
ficar-me aqui
sentindo as folhas dos chorões
a afagar-me os cabelos
e a viver
entre os cardos amarelos
do sol !

Já não ser eu
e ficar a espalhar-me
pelas folhas dos campos
e de noite ter a luz
dos pirilampos
e o cantar dos grilos,
não ser intruso
e ficar-me a ouvi-los ...

Ficar-me aqui
para sempre a ser criança,
ficar-me aqui
sentindo as folhas dos chorões
a afagar-me os cabelos
e a viver
entre os cardos amarelos
do sol !

Também depois
poderei abraçar
as flores cortadas
e as folhas pisadas
e ser criança
p’ra poder rolar pela erva
e beijar sem reserva
meus sonhos de bonança ...

Ficar-me aqui
para sempre a ser criança,
ficar-me aqui
sentindo as folhas dos chorões
a afagar-me os cabelos
e a viver
entre os cardos amarelos
do sol !

Frassino Machado
In CANCIONEIRO
FRASSINO MACHADO

Um amigo, uma saudade!











Uma amizade jamais se perde ou se deteriora....
Amigos são eternos veios de vida a jorrar em nós.
Creio nas relações que se constroem com orvalhos e sol, nas secas e no frio. Que crescem nas adverisidades e se consolidam nas diferenças.
Pois que amor tem formas e linguagens próprias, não precisa ser interpretado ou decifrado. Amigo é dentro e junto, esse sentimento se fortalece nos desencontros e alcança a vida em plenitude. Nas descobertas de suas características individuais. amigos encontram seus limites e, através deles, sua força e liberdade.
Creio nas pessoas que enxergam além do óbvio e se preocupam em ter olhos de sentir.
Não há nada que nos faça perder a admiração por uma pessoa, se em nós habita a verdade e a aceitação das diferenças como enriquecimento, onde evoluimos espiritualmente, emocionalmente.
Amigo que é amigo sabe o que diz seu querer e o querer do outro amigo e, mesmo quando desafinam, descobrem melodias sensíveis, sonhos ... afinidades...
Sonhar o sonho junto, sonhar o sonho do amigo, abraçá-lo e apoiá-lo... Amigo é via de mão dupla num mesmo sentido, brotando no profundo de cada um.
Mãos dadas, ou desatadas... importa apenas amar e aceitar.
A vida surge serena nos braços dos amigos.... a paz se faz evidente, a luz os envolve em caminhos trilhados, ora compartilhados, noutras divergentes, saindo pela tangente...
Mas... se os amigos se reencontram, descobrem que sempre estiveram juntos, se juntos, estavam a se aguardar.
Amigo não se conjuga, tão pouco se explica, não dá o que não tem, mas cuida do outro amigo.
Sente falta e nela se percebe com o outro, sofre em silêncio na distãncia e aguarda com a alma em paz o momento do retorno.
Ali, sempre está. Onde o outro possa lhe encontrar.
Abre portas, escancara as janelas, floresce as jardineiras, enfeita de luzes as sacadas do coração, em festa pelo reencontro.
Às vezes os amigos silenciam... tempo de aguardar, não tente julgar, errado sempre estará.
Um amigo pode chorar sozinho para ao outro preservar, quem sabe manter-se à distãncia, sem perder de vista o caminho do companheiro.
Amigo pode ser egoísta ao privar o outro de sua caminhada, o faz por amor ao amigo, por respeito à sua caminhada.
Silêncio de amigo é ruidoso, intriga e faz mexer dentro da gente.
Recusa de amigo é relevada, palavras duras são acalentadas.
Amigos se reconhecem pelo cheiro, tatuado na memória do amor incondicional. Se encontram inteiros nas idas e vindas, dentro habitam, ali eternizados.
Se os caminhos se afastam... o afeto permanece.
Amigo também se precipita, cria expectativas humanas, se humaniza ao compreender que nem sempre podemos ser e fazer aquilo que diz nosso querer.
Intervalo é tempo de se conhecer, quem sabe surpreender....
Seja nos imprevistos ou na claridade... amigo é junto, pra momentos de dor ou de amor.
Creio na amizade e nos amigos, que se buscam e se afastam , mas transcendem tudo isso e assim se eternizam.
Não diga do que não sabe, e se disser... entenderei!
Sou uma amiga da lida, do bem e de sentimentos pra sempre.... Sou menina pura, amiga sua!
Entendo, mesmo discordando aceito meu amigo como ele é.
Ou nunca fomos amigos...
Nada e tudo não terá valido viver!
Ah... vivi com intensidade e verdade.... construi castelos e casinhas.... sonhei grande, descobri outro universo, tornei-me melhor pessoa, enriqueci meus sentimentos, atei e desatei...
E aqui continuei, sempre ao seu lado.
Acompanhando sua voz, nos poemas e nas canções....
Você nem percebeu que ao seu lado estou...
Não pude me concretizar, vc não veio me encontrar..
Isso não importa, há uma vida a trilhar e outros instantes a despertar...
Amigos estão e são eternos jorros de vida, fonte cristalina, luz matutina.

Soraia Maria

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Sonhos de pipoca













Menino
me ve uma pipoca colorida
colorida da cor do sol
da terra
e da tristeza posta

menino
me ve um pacote de sonos
uma vida inteira linda
uma pipoca presa no jardim de flores
pipoca com cheiro bom
cheiro vago, mas bom

menino
me ve uma casa amarela
me ve um por-do-sol
me ve agua com acucar
para tecer os sonhos

menino
me ve um passeio no bosque
te dou um par de tenis novos
e de brinde ainda ganha um sonho para vida toda
anda, passe por minha vida assim de relance

menino
me ve um pacote de pipoca salgada
e jure para mim de pes juntinhos
que os girassois ainda estao plantados no fundo do canteiro
jure a todas as flores do mundo
amor eterno

me ve o cafe e o pao sobre a mesa
me mostre sua familia que te fez perder o encanto
vai ser poeta menino
cante as tristezas da vida
cante as incertezas da vida
cante as certezas da vida

cantando as certezas
o que ira ganhar de bom?
tudo que e certo, e mais do que incerto
fique em seu quarto pequeno
e ouca o apito do trem que nao existe mais

volta para a cabeceira da cama
reze
reze para todos os santos resolverem seus problemas
mas nao esqueca de um santo
o santos dos santos
que anda sendo esquecido por todos

menino
me ve um pacote de algoda doce
algodao doce embaladinho
com sabor de todos os ventos
e julgue a minha literatura barata demais

menino
quem sabe o seu sonho possa realizar
sonhe
a vida pertece aos que se arriscam sonhar
a vida pertece ao um doce sonho azul
e como e doce a vida
cheia de caramelos, MArcelos, marmelos e martelos

me de um pacote cheio de aventuras
e se aventure pelo mundo a fora
sonhe com o sonho esquecido
e viva a plenitude dos sonhos realizados
queira a partir de hoje os seus sonhos todos realizados

nao fique a ai machucado menino
nao chore
pois serei capaz de secar todas as suas lagrimas
com algodao
com algodao doce cor-de-rosa do seu Manquinho

Nao chore as dores do mundo
deixe que eu as choro por voce
por voce e mais ninguem
menino do campo
menino da vida
do esforco
dos seus pais
menino do mundo
menino dos sonhos
menino formado
que acabou de tirar o diploma de poeta.

Michele Canola

http://www.michelecanola.blogspot.com/

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Coração Habitado











-
Aqui estão as mãos.
São os mais belos sinais da terra.
Os anjos nascem aqui:
frescos, matinais, quase de orvalho,
de coração alegre e povoado.
-
Ponho nelas a minha boca,
respiro o sangue, o seu rumor branco,
aqueço-as por dentro, abandonadas
nas minhas, as pequenas mãos do mundo.
-
Alguns pensam que são as mãos de deus,
- eu sei que são as mãos de um homem,
trémulas barcaças onde a água,
a tristeza e as quatro estações
penetram, indiferentemente.
-
Não lhes toquem: são amor e bondade.
Mais ainda: cheiram a madressilva.
São o primeiro homem, a primeira mulher.
E amanhece.
-
Eugénio de Andrade
(do livro Até Amanhã)

CARTA PELA PAZ















Venho pedir PAZ - paz para o mundo inteiro, para as famílias, os governantes, para a população e até para os animais... Só podemos vencer o mal com o bem, a falsidade com a verdade e o ódio com amor. É difícil a gente entender que toda guerra é má e que é uma derrota em si mesma. A gente, com sua imaturidade, tende a vencer o mal com mais mal, e isso multiplica o mal. Só o bem pode vencer o mal!

Minha simples mensagem de paz é suficiente – na realidade é unicamente a mensagem de que o caminho da paz é o caminho do amor. O amor é a força maior da Terra. Conquista todas as coisas. Quando encontrarmos a paz interior, não haverá mais conflitos nem ocasião para a guerra.

Somente se encontrarmos nossa paz interior é que poderemos nos entregar a uma causa maior como a paz no mundo! Então, vamos todos à luta – lutaremos para trazer a paz no coração dos homens e fazer com que o mundo se torne cada vez melhor!
(Desconheço o Autor)

terça-feira, 18 de setembro de 2007

O PEQUENO PRÍNCIPE DO TERCEIRO MUNDO













O PEQUENO PRÍNCIPE DO TERCEIRO MUNDO
(Denise Santiago)

Sou de um país que tem a alma leve
Tenho a alegria dentro de mim
A maior riqueza que uma terra pode dar

Venho de longe, de um ponto perdido no mapa
Meus versos ecoam por todos os mundos
Transformo palavras em sentimentos
Falo todas as línguas, interpretando o amor

Sou uma criança cheia de sonhos
Passeio sem medo na escuridão das noites
Descanso meus pensamentos nas asas da imaginação

As portas se fecham, as portas se abrem
Não me importo, sempre encontro uma saída
As dores não duram mais que um segundo
O remédio que me cura é milagroso

Vivo sob a proteção dos céus
E de um coração puro que abriga uma sereia
Que me empresta a sua voz

Vim para ficar
Rasgo o seu livro cheio de regras
Suspendo todas as guerras
Em nome de um Deus que você esqueceu

Meus desejos se realizam apoiados na fé
A missão que eu tenho é maior do que eu
Sou apenas um poeta, neste pequeno mundo meu

Se Acaso Você Chegasse












Se Acaso Você Chegasse
(Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins)


Boêmio e conquistador inveterado, Lupicínio Rodrigues várias vezes transformou em samba episódios de sua vida sentimental. Assim, por exemplo, "Se acaso você chegasse" é uma mensagem/sondagem que dirige a um amigo, Heitor Barros, de quem havia tomado a namorada. Lupicínio sabia que agira mal e temia perder o amigo, que muito prezava. Para evitar o rompimento, procurava convencê-lo de que a amizade dos dois era mais importante do que a mulher infiel ("Será que tinha coragem / de trocar a nossa amizade / por ela já lhe abandonou..."), ao mesmo tempo em que lhe comunicava um fato consumado ("eu falo porque essa dona / já mora no meu barraco...") e de difícil reversão ("de dia me lava a roupa / de noite me beija a boca / e assim nós vamos vivendo de amor") A verdade é que o poeta queria ficar com a mulher e o amigo, feito que acabou conseguindo, pois Heitor gostou do samba e perdoou a traição.

Composto em 1936, de improviso, na calçada do Café Colombo, em Porto Alegre, "Se Acaso Você Chegasse" é um dos melhores sambas de todos os tempos. Possui o mérito de ter projetado Lupicínio e Cyro Monteiro, seu intérprete inicial, em 1938.


Lupicínio Rodrigues: 19.09.1914 a 27.08.1977

E acaso você chegasse


Se acaso você chegasse
No meu chatô e encontrasse
Aquela mulher que você gostou.
Será que tinha coragem
De trocar nossa amizade
Por ela que já lhe abandonou?

Eu falo porque essa dona
Já mora no meu barraco,
À beira de um regato
E de um bosque em flor.
De dia me lava a roupa,
De noite me beija a boca
E assim nós vamos vivendo de amor.


(Do livro "A Canção no Tempo", Vol. 1: 1901 – 1957, de Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello)

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

AS MÂOS












Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema - e são de terra.
Com mãos se faz a guerra - e são a paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas, mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor, cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade.

Manuel Alegre

Luiz Eduardo Boudakian





http://www.aprendendoaviver.com.br

Janelas Partidas


http://www.banksy.co.uk/menu.html











Será mesmo preciso deixar de ver primeiro,
para depois se conseguir ver melhor?


"... e mergulhou nas mãos o rosto banhado de lágrimas..."

Daniel Filipe, A Invenção do Amor

Genocidio Darfur




A indiferença é o gigante invencivel do Mundo"Ouida

Your Visual ADN



Vamos verificar a nossa personalidade?É divertido e acerta muitas vezes.FILL IT UNTIL THE END.Para preencher até ao fim...
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CAMELOS TAMBÉM CHORAM







Eu tinha lido que, lá na India, elefantes olhando o crepúsculo, às vezes, choram. Mas agora está aí esse filme “Camelos também choram” . A gente sabe que porcos e cabritos quando estão sendo mortos soltam gemidos e berros dilacerantes. Mas quem mata galinha no interior nunca relatou ter visto lágrimas nos olhos delas. Contudo, esse filme feito sobre uma comunidade de pastores de ovelhas e camelos, lá na Mongólia, mostra que os camelos choram, mas choram não diante da morte, mas em certa circunstância que faria chorar qualquer ser humano. E na platéia, eu vi, os não camelos também choravam.
Para nós, tão afastados da natureza, olhando a dureza do asfalto e a indiferença dos muros e vitrinas; para nós que perdemos o diálogo com plantas e animais, e, por consequência, conosco mesmos, testemunhar com aquela bela família de mongóis o nascimento de um filhote de camelo e sua relação com a mãe é uma forma de reencontrar a nossa própria e destroçada humanidade.
É isto: eles vivem num deserto.Terra árida, pedregosa. Eles, dentro daquelas casas redondas de lona e madeira, que podem ser montadas e desmontadas. Lá for a um vento permanente ou o assombro do silêncio e da escuridão. E as ovelhas e carneiros ali em torno, pontuando a paisagem e sendo a fonte de vida dos humanos.
Sucede, então, que a rotina é quebrada com o parto difícil de um camelinho. Por isto, a mãe camela o rejeita. O filho ali, branquinho, mal se sustentando sobre as pernas, querendo mamar e ela fugindo, dando patadas e indo acariciar outro filhote, enquanto o rejeitado geme e segue inutilmente a mãe na seca paisagem.
A família mongol e vizinhos tentam forçar a mãe camela a alimentar o filho. Em vão. Só há uma solução, diz alguém da família, mandar chamar o músico.Ao ouvir isto estremeci como se me preparasse para testemunhar um milagre. E o milagre começou musicalmente a acontecer.
Dois meninos montam agilmente seus camelos e vão a uma vila próxima chamar o músico. É uma vila pobre, mas já com coisas da modernidade, motos, televisão, e, na escola de música, dentro daquele deserto, jovens tocam instrumentos e dançam, como se a arte brotasse lindamente das pedras.
O professor de música, como se fosse um médico de aldeia chamado para uma emergência, viaja com seu instrumento de arco e cordas para tentar resolver a questão da rejeição materna. Chega.E ali no descampado, primeiro coloca o instrumento com uma bela fita azul sobre o dorso da mãe camela. A família mongol assiste à cena. Um vento suave começa a tanger as cordas do instrumento. A natureza por si mesma harpeja sua harmônica sabedoria. A camela percebe. Todos os camelos percebem uma música reordenando suavemente os sentidos. Erguem a cabeça, aguçam os ouvidos, e esperam.
A seguir, o músico retoma seu instrumento e começa a tocá-lo, enquanto a dona da camela afaga o animal e canta. E enquanto cordas e voz soam, a mãe camela começa a acolher o filhote, empurrando-o docemente para suas tetas. E o filhote antes rejeitado e infeliz, vem e mama, mama, mama desesperadamente feliz. E enquanto ele mama e a música continua, a câmara mostra em primeiro plano que lágrimas desbordam umas após outras dos olhos da mãe camela, dando sinais de que a natureza se reencontrou a si mesma, a rejeição foi superada, o afeto reuniu num todo amoroso os apartados elementos.
Nós, humanos, na platéia, olhamos aquilo estarrecidos. Maravilhados. Os mongóis na cena constatam apenas mais um exercício de sua milenar sabedoria. E nós que perdemos o contato com o micro e o macrocosmos ficamos bestificados com nossa ignorância de coisas tão simples e essenciais.
Bem que os antigos falavam da terapêutica musical. Casos de instrumentos que abrandavam a fúria, curavam a surdez, a hipocondria e saravam até a mania de perseguição.
Bem que o pensamento místico hindu dizia que a vida se consubstancia no universo com o primeiro som audível um Ré bemol e que a palavra só surgiria mais tarde.
Bem que os pitagóricos, na Grécia, sustentavam que o universo era uma partitura musical, que o intervalo musical entre a Terra e a Lua era de um tom e que o cosmos era regido pela harmonia das esferas.
Os primitivos na Mongólia sabem disto. Os camelos também. Mas nós, os pós-modernos cultivamos a rejeição, a ruptura e o ruído.
Haja professor de música para consertar isto.
Affonso Romano de Sant’Anna