quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

GEOGRAFIA











Do meu lugar não há registos
nem mapas
nem retratos.

Para falar dele terei de mencionar
um raio de sol manso
a nascer na transversal
das tábuas do soalho.

O meu lugar é a pura geografia.
Sem o sítio.
Mais o sítio.
Continente doce onde se inscreve
o pão de cada dia
e a mecânica dos ossos a ranger.

No meu lugar
a primavera nasce
suave e rumorosa
suspensa sobre pétalas de luz.
Cada pequeno animal
sai da pedra que o protege
e corre pelo seu mundo que é também o meu mundo
e leva os meus olhos
e regressa com perguntas.

O meu lugar existe
porque existe uma andorinha a dançar
em seu redor
e tudo se torna verde e depois maduro
e há um sumo de laranja
que escorre dos lábios por volta do meio-dia.

No meu lugar há círculos abertos
e todas as poções intentam misturar-se
para que a voz do coração se torne
num ofício de ventos e de cravos.

O meu lugar
é tão belo.

É tão belo
e tão breve
o meu lugar.

Zé Fanha

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Liberté












Sur mes cahiers d'écolier
Sur mon pupitre et les arbres
Sur le sable sur la neige
J'écris ton nom

Sur toutes les pages lues
Sur toutes les pages blanches
Pierre sang papier ou cendre
J'écris ton nom

Sur les images dorées
Sur les armes des guerriers
Sur la couronne des rois
J'écris ton nom

Sur la jungle et le désert
Sur les nids sur les genêts
Sur l'écho de mon enfance
J'écris ton nom

Sur les merveilles des nuits
Sur le pain blanc des journées
Sur les saisons fiancées
J'écris ton nom

Sur tous mes chiffons d'azur
Sur l'étang soleil moisi
Sur le lac lune vivante
J'écris ton nom

Sur les champs sur l'horizon
Sur les ailes des oiseaux
Et sur le moulin des ombres
J'écris ton nom

Sur chaque bouffée d'aurore
Sur la mer sur les bateaux
Sur la montagne démente
J'écris ton nom

Sur la mousse des nuages
Sur les sueurs de l'orage
Sur la pluie épaisse et fade
J'écris ton nom

Sur la vitre des surprises
Sur les lèvres attentives
Bien au-dessus du silence
J'écris ton nom

Sur mes refuges détruits
Sur mes phares écroulés
Sur les murs de mon ennui
J'écris ton nom

Sur l'absence sans désirs
Sur la solitude nue
Sur les marches de la mort
J'écris ton nom

Sur la santé revenue
Sur le risque disparu
Sur l'espoir sans souvenir
J'écris ton nom

Et par le pouvoir d'un mot
Je recommence ma vie
Je suis né pour te connaître
Pour te nommer
Liberté.

Paul Éluard - Poeta francês - (1895-1952)

Stop Genocid in Sudan


























A situação no Darfur, Sudão, é catastrófica. 400 mil pessoas inocentes, homens, mulheres e crianças, foram mortas. Outras dezenas de milhar foram raptadas e torturadas. Despoletar uma intervenção decidida da ONU e da União Europeia no sentido de fazer cessar as hostilidades, proteger os refugiados, criar condições para o seu regresso a casa e assistir as populações deslocadas, famintas e doentes, foi o objectivo de uma petição que decorrereu e que pretendeu recolher cerca de um milhão de assinaturas até 1 de Junho. É pouco, mas é um pequenino passo contra a indiferença e a barbárie.

www.europetition-darfour.fr.


http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_digital/news.asp?id_news=81635

http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=277812

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

A solidariedade contagia



"É preciso fazer da solidariedade fraternal um problema central. O egoísmo mostra-se certamente contagioso, mas a solidariedade pode sê-lo também."

Edgar Morin, filósofo


Para ti Nuno Num Abraço de Abraçar!!!!

Ajudemos o Nuno!


Quando estamos na plena posse das nossas capacidades físicas, esquecemo-nos da importância que tem andar, mover os braços e as pernas sem qualquer limitação.

O Nuno teve um azar na vida, por isso é importante que a sorte que ele tenha daqui para a frente se consubstancie na ajuda que lhe possamos dar!

Ninguém é obrigado a contribuir, mas deixem que vos lembre... um dia podem pegar no telefone e do outro lado alguém vos dar uma notícia quase trágica, ou até podem ser vós e os vossos sonhos se desmoronarem! Por isso apelo ao vosso bom senso, ao vosso coração, à vontade que dizem ter de viver num mundo melhor, de fazer renascer o SONHO.

O Nuno, é um exemplo, e se um grupo de pessoas puder ajudar pessoas como o nosso amigo, todos viverão melhor, todos poderão recuperar os sonhos que se foram num ápice. De outra forma, dando maios valor à vida.

Não se iludam, a vida vale apenas pelos momentos de amor que demonstramos uns aos outros, pelos afectos, pela ajuda desinteressada!

Eu ajudarei o Nuno com um depósito simbólico sempre que o puder fazer. Se todos fizermos o mesmo, passa de simbólico a ajuda REAL e a provocar-lhe um sorriso. Depois vários sorrisos, depois... ah depois, há vida e isso está para além de todos os problemas físicos que se arranjam pela vida fora!

Força NUNO!

Aqui o blogue do Nuno, passem por lá, dêem-lhe o que de melhor gostavam de receber para vocês:

Nuno Cabruja

domingo, 27 de janeiro de 2008

nunocabruja um exemplo de Vida









"Sempre aprendemos a ser o que somos olhando para os outros. Não é preciso escondê-lo."


Vasco Prazeres, médico, in revista "Notícias Magazine", 13.09.98


Um grande beijo no coraçao Nuno!!!!



http://nunocabruja.blog.pt/

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Crianças









"Dia e noite
as notícias estão chegando
telegráficas e sensacionais
dos confins do mundo.

- Sobre destroços de casas e de árvores
crianças chinesas boiando à deriva
na corrente do rio Amarelo transbordado!

- Poliomielite grassando
nas províncias argentinas!

- Socorro tratamento urgente
para o menino das montanhas dos Abruzos
perdendo a vista pouco a pouco!

- Agasalhos abrigos alimentos
para as crianças húngaras foragidas
do esmagamento e das labaredas soviéticas!

Dia e noite
as agências dos jornais estão telegrafando
a rádio espalhando o alarme

Organização Mundial da Saúde
Cruz Vermelha
Cáritas
Exército de Salvação
estão providenciando
estão salvando as crianças

Quermesses
rifas
leilões
tômbolas
a favor das crianças
chinesas
argentinas
italianas
húngaras
sob o patrocínio de damas importantes
louvadas depois nas revistas ilustradas
com fotografias em ectacrome evidenciando
colares e cruzes
fulgindo nos decotes.

Há também as crianças pobres
do povo das nossas Ilhas
mas é um caso apenas
sem importãncia nenhuma
e ninguém sabe
ninguém dá por isso.

Temos também aqui
crianças sem roupa
sem lar e sem pão
crianças tuberculosas
sifilíticas
aleijadas
paralíticas
cegas
leprosas
sem remédios
sem escolas
sem brinquedos
levando cargas à cabeça
por caminhos longos e ásperos
que o rastro do povo deixou marcados
na terra endurecida e no basalto
dos descampados e dos montes
ignoradas crianças
dos bairros promíscuos
dos cais e das praias
da gafaria do Barbasco
crianças nuas rurais
(ficam escondidas com a sua nudez
atrás dos muros das estradas
e apontam curiosas a cabeça
para verem os automóveis que passam)
crianças nuas
dos portinhos de pesca
(ficam olhando dos areais para o mar
e nas minúsculas manchas ao largo
sabem distinguir um por um
os botes familiares).


Temos também as crianças
pobres das Ilhas
mas é um caso apenas
sem importância nenhuma
gota de água caída
no oceano vasto das crianças
chinesas
argentinas
italianas
húngaras

Ninguém sabe
ninguém dá por isso
a rádio não fala
os jornais não dizem
ninguém telegrafa."


"Crianças", Jorge Barbosa (1902-1971), in "Claridade", nº 8, 1958

Cancer







"O pensar constrói a sua morada no lugar mais modesto do sentir."

Vergílio Ferreira


Lembrei-me do Filipe!!!!

A Beleza














Não tens corpo, nem pátria, nem família,
Não tens curvas ao jogo dos tiranos.
Não tens preço na terra dos humanos,
Nem o tempo te rói.
És a essência dos anos,
O que vem e o que foi.
És a carne dos deuses,
O sorriso das pedras,
E a candura do instinto.
És aquele alimento
De quem, farto de pão, anda faminto.
És a graça da vida em toda a parte,
Ou em arte ,
Ou em simples verdade.
És o cravo vermelho,
Ou a moça no espelho,
Que depois de te ver se persuade.
És um verso perfeito
Que traz consigo a força do que diz.
És o jeito
Que tem, antes de mestre, o aprendiz.
És a beleza, enfim. És o teu nome.
Um milagre, uma luz, uma harmonia,
Uma linha sem traço...
Mas sem corpo, sem pátria, sem família,
Tudo repousa em paz no teu regaço.

Miguel Torga

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Racismo

Libertad













"Dame la libertad de volar sin sombra,

la libertad de cantar sin eco,

y de amar sin dejar rastro"
Sempre... una, Vivente
Hari

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Maria Luz Cortez














Mary Luz Cortez, de 5 anos de idade, está desaparecida desde 13 de Janeiro, quando saiu de casa para comprar guloseimas num quiosque a 30 metros de casa, nos arredores de Huleva.
A pequena Mary Luz vive com a familia em el Torrejón, um bairro dos arredores da cidade andaluza de Huelva e desde as cinco horas de ontem que se encontra desaparecida.

A menina saiu sozinha de casa para ir comprar guloseimas a um quiosque situado a cerca de 30 metros da sua casa e desde então não há notícias do seu paradeiro.A familia disponibilizou o telefone 655 15 91 67 (indicativo 0034) na esperança de obter informações e informa que a criança, com cabelos loiros e encaracolados e olhos castanho claro, e que também responde pelo nome de Maria, vestia uma saia tipo jeans e uma camisola rosa fucsia na altura do seu desaparecimento.

existem muitos outros meninos , que não voltaram para a casa


http://www.policiajudiciaria.pt/htm/pessoas_desaparecidas/sofia_oliveira.htm


http://www.policiajudiciaria.pt/htm/pessoas_desaparecidas/claudia_alexandra.htm



http://www.policiajudiciaria.pt/htm/pessoas_desaparecidas/rui_pedro.htm



http://www.policiajudiciaria.pt/htm/pessoas_desaparecidas/rui_pedro.htm



http://www.policiajudiciaria.pt/htm/pessoas_desaparecidas/madeleine.htm


http://www.policiajudiciaria.pt/htm/pessoas.htm

Ato pede libertação de menina espanhola desaparecida











22-01-2008 18:43:31
Ato pede libertação de menina espanhola desaparecida

Por João Prudêncio (texto) e Luís Forra (fotos), enviados da Agência Lusa

Huelva, Espanha, 22 jan (Lusa) - Cerca de 10 mil pessoas participaram de uma manifestação em Huelva (sul da Espanha) em solidariedade à família de Mari Luz, a menina de cinco anos desaparecida a 13 de janeiro, e pediram a libertação da criança.

O ato teve início pouco depois das 16h (14h, em Brasília) em frente à casa da família Cortez, no bairro residencial Torrejon, no norte da cidade, e foi encerrado próximo à prefeitura local, percorrendo algumas das principais ruas de Huelva.

A menina desapareceu em 13 de janeiro de um bairro residencial no norte de Huelva, depois de comprar um pacote de batatas fritas com um euro, em um quiosque a cerca de 100 metros da própria casa.

Apoio

Ajudando a segurar um enorme cartaz com o número de telefone da família, a mãe da menina, Irene Suarez, liderou a manifestação, que começou com algumas centenas de pessoas, mas foi aumentando durante o trajeto.

Auxiliados pela Polícia e pela Proteção Civil, que colocou cartazes com o rosto da menina nas viaturas, os manifestantes gritavam palavras de ordem como "libertem Mari Luz", "devolvam Mari Luz", "Mari Luz, venha depressa" e "Mari Luz querida, a Espanha está contigo".

Em entrevista à imprensa durante o ato, Irene Suarez agradeceu o apoio dos participantes e disse que estas manifestações "dão força para continuar na busca" pela filha. Ao lado de familiares, Irene Suarez afirmou ter esperança de que não seja "mais um caso de desgraça com crianças".

Ações de solidariedade aconteceram simultaneamente em 22 capitais de províncias espanholas, inclusive em Madri, que levou milhares de pessoas à Plaza Mayor.

http://www.agencialusa.com.br/index.php?iden=13355

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Um Estranho em Goa (excerto)




Agualusa, José Eduardo


«Estou alojado num casarão antigo, decrépito, cujas paredes, de um amarelo prodigioso, dir-se-iam perpetuamente iluminadas pelo furor do crepúsculo. Chama-se Grande Hotel do Oriente. Apenas o nome, gravado numa larga placa de madeira sobre a fachada em ruínas, guarda ainda o brilho do passado irrecuperável. Há por aqui em Goa, muita gente como este hotel. Os últimos descendentes da velha aristocracia católica ostentam nomes igualmente improváveis, tão portugueses que em Portugal existem mais, e fazem-no com o orgulho melancólico de quem tudo teve e tudo viu ruir e desaparecer. O povo, no entanto, usa-os sem entendimento, corrompe-os alegremente. (...)»

domingo, 20 de janeiro de 2008

Amnistia Internacional Portugal



Nem preto
nem um repto
nem gay
nem um fora da lei
nem me enojei
nem desviei o olhar
apenas me soube bem
ver apenas o cão entrar!!!

MM

sábado, 19 de janeiro de 2008

Carta à Fada dos Dentes












Olá querida Fada!

Sou o Duarte e tenho 8 anos.

Quando ler esta carta não diga nada em voz alta, a mamã não sabe de nada, o papá leva com o rolo da massa na cabeça se ela souber e depois eu fico triste... é que caiu o meu primeiro dente. O papá e a mamã disseram que 'foste um lindo menino, vais pôr o dentinho debaixo da almofada' e depois disseram que a Senhora me vai dar um presente. Mas não me deram a sua morada. Tive que falar com o Senhor que vem cá deixar as cartas que me disse saber onde a Senhora mora para que lhe leve esta mensagem.

Quero agradecer-lhe é muito boa a Senhora, o meu pai fala muito de si e a minha mãe pega no rolo da massa e bate nele quando fala de si, e eu fico com pena dele.

Olhe ele contou-me um segredo acerca de si... e olhe não quero moedinhas, a polícia diz que é proíbido jogar à moeda e depois levam-me para a prisão. O que eu quero mesmo é uma playstation com jogos de guerra!!! O papáe disse que se pedisse com jeitinho a Senhora me dava uma... por isso olhe! O meu dentinho de leite está aqui debaixo da minha almofada... ai que doeu tanto quando caiu... mas não diga nada à mamã que o pai dói-lhe a cabeça do rolo da massa...

Um beijo querida Fada e não se esqueça do meu presente!

Manuel Marques- Abril 21, 2007


http://manuelantoniomarques.blogspot.com/

A LIBERTAÇÃO DA BORBOLETA











A doutora Elisabeth Kübler-Ross, psiquiatra de origem suíça, especializou-se em doentes terminais.

Assistindo centenas de crianças que estavam morrendo, ela nos diz que devemos aprender a ouvir.

Ouvir o que a criança expressa verbalmente. E mesmo aquilo que ela transmite pela linguagem não verbal.

Crianças terminais, conta ela, sabem quando vão morrer. E precisam de algum atendimento especial. Atendimento que só o amor incondicional pode dar.

Falando de sua experiência, narra que conheceu um menino que aos nove anos se encontrava à beira da morte.

Portador de câncer, desde os 3 anos de idade, Jeffy nem conseguia mais olhar para as agulhas de injeção.

Tudo era doloroso para ele. No hospital, esperava a morte. O médico sugeriu que se iniciasse uma nova quimioterapia.

Mas o menino pediu: “quero ir para casa, hoje.”

Os pais optaram por lhe satisfazer a vontade.

Quando Jeffy chegou em casa, pediu ao pai que descesse da parede da garagem a sua bicicleta.

Durante muito tempo, seu sonho tinha sido andar de bicicleta. O pai a comprou, mas por causa da doença ele nunca pode andar.

A dificuldade era imensa, até mesmo para se manter em pé, então Jeffy pedalou a bicicleta com o amparo das rodinhas auxiliares.

Disse que iria dar uma volta no quarteirão e que ninguém o segurasse. Ele desejava fazer aquilo sozinho.

A médica que o acompanhava, a mãe e o pai ficaram ali, um segurando o outro. A vontade era de segui-lo.

Ele era uma criança muito vulnerável. Poderia cair, se machucar, sangrar.

Ele se foi. Uma eternidade depois, ele voltou, o homem mais orgulhoso que se possa ter visto um dia.

Sorria de orelha a orelha. Parecia ter ganho a medalha de ouro nas olimpíadas.

Sereno, pediu ao pai que retirasse as rodinhas auxiliares e levasse a bicicleta para seu quarto. E quando seu irmão chegasse, era para ele subir para falar com ele.

Queria falar com o irmão a sós. Tudo aconteceu como ele pediu.

Ao descer, o irmão recusou-se a dizer aos pais o que haviam conversado.

Uma semana depois, Jeffy morreu. E, na semana seguinte, era o aniversário do irmão. Foi aí que o menino contou o que tinha acontecido naquele dia.

Jeffy dissera a ele que queria ter o prazer de lhe dar pessoalmente sua amada bicicleta.

Mas não podia esperar mais duas semanas, até o aniversário dele, porque então já teria morrido.

Por isso, a dava agora. Entretanto, havia uma condição: que ele nunca usasse aquelas rodinhas auxiliares, próprias para crianças bem pequenas.

Quando os pais souberam de tudo, sentiram muita tristeza. Uma tristeza sem medo, sem culpa, sem lamentar.

Eles tinham a agradável lembrança do filho dando a sua volta de bicicleta pelo quarteirão.

E mais do que isso: o sorriso feliz no rosto de Jeffy, que foi capaz de conseguir sua grande vitória em algo que a maioria encara como comum.

* * *

Dizemos que uma pessoa é como o casulo de uma borboleta. O casulo é o que ela vê no espelho. É apenas uma morada temporária do ser imortal.

Quando esse casulo fica muito danificado, o ser o abandona.

É como a borboleta que se liberta do casulo.

Deixar o ser amado partir sereno, só é possível aos corações que amam de forma incondicional e verdadeira.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. O casulo e a borboleta (Jeffy), do livro O túnel e a luz, de Elisabeth Kübler-Ross, ed. Verus.


www.momento.com.br

Chopin - Prelude 'Raindrops'




Partilhar-me em Chopin...
eu gosto!!!!

um pouco do que recebi e Aprendi de meu Pai em mim

abraços multiplicados!!!!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

O Operário em Construção













"Era ele que erguia as casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.

De fato, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.

Mas ele desconhecia
Esse fato extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.

De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
- Garrafa, prato, facão -
Era ele quem os fazia
Ele um humilde operário
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.

Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
- Exercer a profissão -
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.

E um fato novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:

Notou que a sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que o seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que os seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação.
'Convençam-no' do contrário
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.

Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!

Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras se seguirão
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.

Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
- Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.

Disse, e fitou o operário
Que olhava e que reflectia
Mas o que via o operário
O patrão nunca o veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objectos
Produtos, manufacturas
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisas que via
Misteriosamente havia
A marca da sua mão
E o operário disse: Não!

- Loucura! - gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
- Mentira! - disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.

E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Como o mêdo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fraturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.


"O Operário em Construção", poema de Vinícius de Moraes, Rio de Janeiro, 1913-1980

Virtual Therapy for the Soul

http://www.bettertobless.com/movie3.html




...

quando me pergunto o que é o amor,

ouço no meu interior aquela voz que diz:

“o amor é ser con-tudo”.

como o eco no silêncio.

Daterra

A principal utopia













"A principal utopia é a liberdade porque o ser humano não se fez para ser livre mas para estar aprisionado dentro de si próprio."


Luís Osório, jornalista,in revista DNA

Liberdade 2008





http://www.20minutos.es/noticia/266937/0/rsf/china/libertad/

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Enternecidades













"O amor é capaz de ser um estado que o outro nos provoca de enternecimento com o mundo. A gente é que quer meter no saco do amor todas as nossas inseguranças, falhanços, desajustamentos...e chama a isso paixão."

António Alçada Baptista, ensaísta

Olhos no Darfur












Sensibilizar o mundo para as gravíssimas violações dos direitos humanos que vêm sendo - de há anos a esta parte e sem fim á vista - perpetradas na região do Darfur, no Sudão, é um dos objectivos que levaram a Amnistia Internacional a criar um site denominado Eyes on Darfur (Olhos no Darfur). Através das imagens de satélite disponibilizadas, é possível constatar o grau de destruição e do desastre humanitário que ali se vive e quais as aldeias mais vulneráveis aos ataques das milícias.
A finalidade premente desta campanha é prevenir mais ataques e pressionar o governo do Sudão para que permita o acesso àquela região de uma força de paz da ONU, medida na qual a comunidade internacional - nomeadamente, os países mais poderosos - nunca estiveram verdadeiramente empenhados em fazer cumprir...





http://www.eyesondarfur.com/

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

An eye for an eye will make the whole world blind."





Com o toque conheço a forma do mundo.
Leve pena a deslizar.
Um arrepio.

Daterra

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Hoppipola




quando um dia crescer quero ser assim....

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

"Menino Magoado" de MGabriela Carrascalao












MGabriela Carrascalão
1-12-2006
01-12-2006

Menino.... Abandonado,
rejeitado!
chorando!...
nas ruas de Dili!...
Secas! Poeirentas!
Menino magoado!
Perdido...
Angustiado!
Geme!
Garoto inocente!
triste, mal amado!
Menino esfomeado!
inocência violada !
criança usada!
rosto massacrado,
lágrimas !
de sangue jorrando!
nas ruas de Dili!...
Secas! Poeirentas!
Criança chorando!
Meu Menino,
garoto magoado!
Triste !...
abandonado!...


MGabriela Carrascalão
1-12-2006


http://timordonorteasul.blogspot.com/

Esta criança é breve












Esta criança é uma lâmpada que assustada
se apagou. Nem mapas nem paisagens já
nada a espanta; nada a pode já espantar -
o mundo conhece-o pequeno: é uma prisão
tão apertada ao corpo que lhe tolhe os desejos
e o riso, os jogos e a invenção.

O seu poço, os ecos que nele teriam
brilhando, o labirinto fragrante dos tecidos,
dos arcos e das portas casa após casa
são agora ruínas sobre ruínas, escombros
que já caiadas salas e quartos foram, ruas
fendidas sob o céu estéril dos assassinos.

Esta criança tem nas costas tatuada a origem
que se cola ao seu futuro, empurrando-a
para lá, para o destino destinado - de onde vens tu?
- venho de lá e vou para lá. - Não tem origem
que lhe dê p’ra muito mais que uma morte
repetida que cala os lugares e apaga as vozes.

No cinema que ondula a negro entre o seu crânio
e a abertura solar dos olhos - é sempre a catástrofe
um desastre que regressa. Os bárbaros desta vez
vieram numerosos e diversos mas nem sequer
eram parte da solução. Não eram parte de nada
apenas iam e vinham do outro lado deste lado.

É difícil mas supõe que esta criança terá conhecido
uma glória um tempo: Andava de bicicleta
numa paisagem de palha; com os seus se batia
em alta grita. Apedrejava pássaros, cães e soldados.
Agora só uma pequena víbora se deita com ela
no sono e no sonho a morde e a interrompe.


Esta criança é breve



Manuel Gusmão (1945)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Órgão do Mar, na cidade de Zadar, Croácia










Órgão do Mar - na cidade de Zadar, Croácia

Situado na costa de Zadar uma cidade da Croácia,

encontramos o Órgão do Mar, degraus cravados em rochas

que têm em seu interior um interessante sistema de tubulações que,

quando empurradas pelos movimentos do mar, forçam o ar e,

dependendo do tamanho e velocidade da onda, criam notas musicais,

sons aleatórios.

Criado em 2005 e ganhador do prêmio europeu para espaços públicos

(European Prize for Urban Public Space), o Órgão do Mar

recebe turistas de várias partes do mundo que

vêm escutar uma música original que traz muita paz.

O lugar também é conhecido por oferecer um belo pôr-do-sol,

o que agrada ainda mais as pessoas que visitam a localidade.
Zadar é uma bela cidade litorânea da Croácia

e foi duramente castigada durante a 2º Guerra Mundial.

A criação do Órgão é também uma iniciativa para devolver

um pouco do que o lugar perdeu com tanta destruição e sofrimento.
Veja a estrutura interna das 'escadas'.

O detalhamento das cordas e notas musicais

que somadas a energia das ondas criam sons:










As lacunas no concreto servem para o Órgão 'respirar'

e também para levar os sons criados nas tubulações.

































São vários os links, onde você pode ouví-lo.

Aqui um deles:

http://www.youtube.com/watch?v=4nISG7iBk-A&feature=related


Tenho ecebido de varios Amigos, hoje nao resisti quando recebi do Paulo, Obrigado uma e outra vez!!

Abraços e deixem todos os sentidos escutar!!!!!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Jerome Murat






"Nós somos o céu azul, infinito e luminoso"

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Não me perguntes...












... não me perguntes quem sou, não me perguntes nada.
Eu não sei responder a todas as perguntas do mundo.

José Luis Peixoto

Toselli's Serenade - André Rieu - Japanese Water Garden

QUINDINS NA PORTARIA













Estava lendo o novo livro do Paulo Hecker Filho, Fidelidades, onde, numa de suas prosas poéticas, ele conta que, antigamente, deixava bilhetes, livros e quindins na portaria do prédio de Mário Quintana: "Para estar ao lado sem pesar com a presença".

Há outras histórias e poemas interessantes no livro, mas me detive nesta frase porque não pesar os outros com nossa presença é um raro estalo de sensibilidade.

Para a maioria das pessoas, isso que chamo de um raro estalo de sensibilidade tem outro nome: frescura.

Afinal, todo mundo gosta de carinho, todo mundo quer ser visitado, ninguém pesa com sua presença num mundo já tão individualista e solitário.

Ah, pesa. Até mesmo uma relação íntima exige certos cuidados.

Eu bato na porta antes de entrar no quarto das minhas filhas e na de meu próprio quarto, se sei que está ocupado.

Eu pergunto para minha mãe se ela está livre antes de prosseguir com uma conversa por telefone.

Eu não faço visitas inesperadas a ninguém, a não ser em caso de urgência, mas até minhas urgências tive a sorte de que fossem delicadas.

Pessoas não ficam sentadas em seus sofás aguardando a chegada do Messias, o que dirá a do vizinho.

Pessoas estão jantando.

Pessoas estão preocupadas.

Pessoas estão com o seu blusão preferido, aquele meio sujo e rasgado, que elas só usam quando ninguém está vendo.

Pessoas estão chorando.

Pessoas estão assistindo a seu programa de tevê favorito.

Pessoas estão se amando.

Avise que está a caminho. Frescura, jura? Então tá, frescura, que seja.

Adoro e-mails justamente porque são sempre bem-vindos, e posso retribuí-los sabendo que nada interromperei do lado de lá.

Sem falar que encurtam o caminho para a intimidade.

Dizemos pelo computador coisas que face a face seriam mais trabalhosas.

Por não ser ao vivo, perde o caráter afetivo?

Nem se discute que o encontro é sagrado. Mas é possível estar ao lado de quem a gente gosta por outros meios.

Quando leio um livro indicado por uma amiga, fico mais próxima dela.

Quando mando flores, vou junto com o cartão.

Já visitei um pequeno lugarejo só para sentir o impacto que uma pessoa querida havia sentido, anos antes. Também é estar junto.

Sendo assim, bilhetes, e-mails, livros e quindins na portaria não é distância:

é só um outro tipo de abraço.

(Martha Medeiros)

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Porquê?











Porque caiu aquela pessoa?

Por que razão a consideram indesejável?

Porque é que ninguém a ajuda a levantar-se?

Porque é que ninguém a convida a entrar?

Talvez esteja embriegado, mas aquele

que deixaram só, prostrado no chão,

é meu irmão.

Madre Teresa de Calecutá

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Sentimento













"... é a vontade dos homens
que segura as estrelas..."

José Saramago

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

yulunga






Pouco para dizer,
Muito para escutar,
Tudo para ouvir…

Abraços e segurem pela mao o ano que é ainda menino!!

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Entrou Janeiro













Um Presente de Ano Novo!!
da Marcinha, um Anjo "vestido" de ser Humano
ela agasalha-nos e sorri pra nós e baixinho diz " avance, que estou aqui!"
é assim esta Pessoa Admiravel!!!

Abraços de Abraçar

http://poderdoamor.zip.net/